Em 1983, a indústria dos videogames estava em franco crescimento nos Estados Unidos e em outros países do mundo. Canais de televisão transmitiam programas sobre games, lojas especializadas começavam a surgir e as empresas do setor lucravam cada vez mais. Contudo, havia um problema latente: a qualidade dos jogos.
Muitos títulos eram lançados às pressas, com gráficos pobres e jogabilidade pouco envolvente. Além disso, a falta de padronização dos consoles permitia que jogos mal-feitos fossem lançados com facilidade. A partir de 1982, o mercado começou a ficar saturado com jogos mal feitos, além do aumento da concorrência no mercado, que faria com que empresas fracassem perante as favoritas do mercado.
A crise começou com a Atari, empresa que dominava o mercado na época. Em 1982, ela lançou o jogo E.T. the Extra-Terrestrial, que foi um grande fracasso em vendas e, portanto, representa uma série de problemas financeiros para a empresa. Com outras empresas entrando no mercado, a Atari começou a ter dificuldades em manter-se na liderança.
Assim, em 1983, o mercado entrou em crise. As vendas caíram de forma abrupta. As empresas, que não tinham mais sucesso em seus lançamentos de jogos, sofreram perdas significativas de faturamento e consequentemente, começaram a ter dificuldades financeiras. Jogos caros, produzidos em grande escala, foram devolvidos pelas lojas. Os estoques da Atari tornaram-se inviáveis e ela se viu forçada a vendê-los com grandes descontos, causando prejuízos ainda maiores.
A Nintendo, que tinha acabado de lançar seu console NES, conseguiu escapar da crise com uma estratégia ousada, que consistia em comprar os jogos de outros desenvolvedores e distribui-los sob sua marca. A empresa também ofereceu um código de qualidade que impedia o lançamento de jogos ruins. Com isso, ela conseguiu se consolidar no mercado e superar a concorrência.
Outras empresas, como a Sega e a Commodore, também conseguiram superar a crise e voltar a ter bons resultados financeiros, enquanto que outras - como a Mattel - saíram do mercado de jogos eletrônicos de forma definitiva.
Em resumo, o crash dos videogames de 1983 foi uma crise sem precedentes na indústria do entretenimento, que afetou diversas empresas e deixou o futuro daquele segmento em incerteza. Felizmente, a indústria reagiu rapidamente e implementou mudanças cruciais para se recuperar e se consolidar, como a padronização dos consoles e dos jogos, a produção de games criativos e de qualidade, bem como um controle rigoroso sobre o que era lançado no mercado.
